terça-feira, 3 de maio de 2011

A língua e os dentes.

O abade de um mosteiro estava à beira da morte.




Um de seus monges, que lhe tinha grande devoção, sentado à beira de seu leito, questionava o mestre:



– "Não teria o senhor algum segredo de santidade e vida para me ensinar?



O abade, então, com dificuldade e sua costumeira sinceridade, abriu a boca e ordenou que o jovem monge olhasse lá dentro.



O monge achou que o abade estava variando.



“Coitado”, pensou, “deve estar surdo ou não compreende mais o sentido das palavras”.



Então, repetiu, falando alto e próximo ao ouvido do mestre:



– "Eu disse se o senhor não tem nenhum segredo de santidade e vida para me ensinar?"



– "Então, filho – respondeu o agonizante –, estou lhe pedindo para que olhe dentro de minha boca" – e abriu o bocão para o pobre monge.



– "O que você está vendo aí dentro, meu filho?"



– "Não vejo nada, mestre!"



– "Tem certeza, filho?"



– "Olhe com mais atenção, filho. Você não está vendo minha língua?"



– "Ah, sim, vejo sua língua..."



– "E o que mais?"



– "Não vejo mais nada."



– "Tem certeza? E os meus dentes, você consegue vê-los?"



“Coitado!”, pensou o monge..., “está mesmo delirando.”



– "Mestre, já faz muitos anos que o senhor não tem mais dentes..."



– "Então, filho, preste atenção neste ensinamento: a língua é feita de carne e músculos, aliás músculos muito frágeis.



Os dentes são estruturas mineralizadas, muito fortes, mas se acabam e caem primeiro, porque são duros.



A língua é mole e flexível. Ela aprende a se adaptar... mas é firme naquilo de que necessita.



Assim também, meu filho, a pessoa que tem o coração duro, diante dos problemas da vida, é a primeira a cair.



Aprenda a ser flexível diante de Deus.



Ele quer lhe dar um coração de carne, e não um coração de pedra, mineralizado como os dentes..."



Albert Einstein

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